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Paris, minha paixão

“Entre le deux, mon coeur balance”

O ano era o de 1998.
No placar da 16ª. edição da Copa do Mundo, França e Brasil.
A genialidade de Zinedine Zidane fez, para meu desapontamento, naquele momento, a França campeã mundial.
O País vivia seu momento de glória, Paris fervilhava, e eu, de mudança para cá.
Indescritíveis eram minhas sensações naquela atmosfera festiva e frenética e, com o coração em ebulição, eu balançava entre o País que ora eu elegia como minha morada
e meu querido Brasil.
Celebramos a vitória francesa no Les Bleus na Avenida Champs Elysées.
Dancei muito ao som de “I will survive” na voz de Gloria Gaynor.
No dia seguinte, para minha surpresa, do terraço de meu apartamento, assisti à chegada do ônibus com toda a seleção francesa que ali foi recebida pelo ex-Presidente Jacques Chirac.
Meio àquele turbilhão de emoções, ainda consegui pensar: sim, comemoro esta vitória, pois a França jogou super bem e, além disso, doravante, é meu País também.

Logo entendi que aquela cidade era muito mais que história, arte, culinária e moda.
Graças a minha curiosidade inata e espontaneidade quase infantil, fui desbravando ruelas, galerias, museus, hotéis, avenidas e parques.
E eu nem me dava conta de que estava me apaixonando, sim, por aquela senhora suntuosa e elegante, romântica, charmosa, deslumbrante, glamorosa, encantadora e, sobretudo, misteriosa.
Mistérios que me propus desvendar…

Apesar de já conhecer Paris, nunca havia pensado em morar aqui, mas o destino havia me trazido para cá, e foi aqui na Cidade Luz que recebi o maior presente de minha vida – Raph – meu filho amado.
Se por um lado, eu nutria muita curiosidade por Paris e, por outro, meu maior amor era parisiense, eu tinha às minhas mãos dois ingredientes profundamente motivadores, mas também desafiadores.

Tinha ouvido dizer que os franceses podiam ser antipáticos e até mal humorados – puro preconceito!
Nada que um bonjour, excuse moi, je ne parle pás français (bom dia, desculpe-me, eu não falo francês) não resolva.
Aliás, fica a dica: Bonjour, s’il vous plaît, Je suis desolée, merci, au revoir são também palavrinhas mágicas que sempre abrem portas aqui na França.

Desde muito jovem, nunca gostei de fazer parte de “turminha”, sempre soube o que quis e, por isso, não queria me submeter à opinião das amiguinhas. Cresci e me tornei mulher, hoje, vejo que continuo a mesma – uma mulher de muitas tribos, e isso me dá liberdade. Oui, la liberté que vai desde me deliciar almoçando num restaurante singelo e alternativo, ou frequentar eventos gratuitos até ser habituée de endereços sofisticadíssimos e descolados da capital francesa.

Na moda, evito as marcas que utilizam mão de obra escrava na sua produção.
Em meu guarda-roupa, há pouca coisa, pois aprendi que menos é mais e, a energia estagnada deve ser eliminada. Doo, troco, vendo, e assim sou como consumidora, não me apego às minhas peças de roupa ou acessórios.
Prezo por materiais naturais porque sintético não é minha praia e  como conheço muito bem os segredinhos da cidade, sei onde garimpar ótimos produtos, peças a precinhos excelentes que se bem combinadas com uma peça clássica de bom corte e modelagem (de grife famosa ou não!) ou vintage resultam num look trés chic.

Aprendi a comprar como as parisienses: posso encontrar modelos bacanas em supermercados, numa feirinha de bairro ou em lojas sofisticadas nas épocas certas (como jornalista, sou convidada das marcas para as soldes de presse – liquidações exclusivas para a imprensa).

Pessoalmente, amo arte e não escondo minha admiração especial pela arte contemporânea, e o Jornalismo me dá o privilégio de estar presente em vernissages, exposições, óperas, balés, shows e incontáveis almoços e jantares (o difícil é controlar a balança!)
No início, mesmo sem conhecer absolutamente nada da cidade, minha missão era escrever para revistas brasileiras sobre lugares decolados, restaurantes sofisticados, lojas finas e exposições, enfim, sobre o luxury lifestyle.

De lá para cá, foram muitos anos de  pesquisa in loco que associadas ao convívio com os parisienses e minha proximidade com a mídia, permite-me sempre ir à fonte das novidades da “Cidade Luz” (confesso que muitas vezes sou convidada para conhecer lugares lojas, hotéis, restaurantes e boutiques mesmo antes de terem sido lançados nas redes sociais).
A carga do trabalho não me impede de manter meus hobbies e, assim, pratico ioga e Pilates, adoro fazer jogging no Jardin de Luxenbourg, na beira do Sena ou no Jardin des Tuileries, ver amigos, comprar produtos frescos nas feirinhas, frequentar restaurantes orgânicos e deliciosas brasseries, garimpar lojinhas legais, restaurantes bacanas, cinema, teatro, e por que não flanar nesta divina Paris?
Às vezes, flanando por aí, chego a ter a sensação de estar vivendo um filme de tão linda e romântica é a paisagem. Mesmo hoje, depois de 20 anos, ainda me surpreendo dentro de cenas cinematográficas que, na realidade, também fazem partes de grandes filmes.

Caminhar, caminhar, caminhar – requisito básico para meu trabalho como agente imobiliária, seja visitando apartamentos, seja garimpando a melhor opção de imóvel para um cliente faz-me realmente conhecer cada cantinho da cidade (até os que não estão nos mapas), conhecer cada boulangerie, cada peculiaridade de cada arrondissement.
Há muito tempo abri mão de ter um carro, e caminhar pela “Cidade Luz” tornou-se um saudável e delicioso hobby. Cheguei a andar quase 20 quilômetros numa noite de gélido inverno. Confesso que o prazer é indescritível.
Agradeço esta dádiva de Deus por poder, todos os dias, contemplar a arquitetura e as belezas da “Cidade Luz” por cujas ruas flano e participo das paisagens urbanas que são cenários de filmes inesquecíveis.

Como os parisienses, tenho uma vida prática em todos os sentidos com o touche de uma brasileira que muito bem se adaptou à cultura local.

Paris é sonho, charme, elegância, história, arte, mistério e, sobretudo é a cidade da luz e d´amour.

Sharing is caring! (dividir é cuidar!), por isso, divido aqui com vocês novidades de lojas, galerias de arte, bares, restaurantes, exposições, histórias e segredinhos do meu baú de garimpos colecionados nestas duas décadas do mais puro amor.
Como uma mulher franco-brasileira, minha missão é garimpar para poder dividir com você!

#dicasdakarmita

Bisous